Saiba como estão as negociações do plano de paz de Trump para Ucrânia
Resposta de ucranianos é esperada ainda esta semana; Europeus apresentaram contraproposta ao plano que também é avaliada por Kiev
Diplomatas do alto escalão da Ucrânia e dos Estados Unidos realizaram uma rodada de negociações em Genebra para discutir os termos do plano de paz de 28 pontos proposto pelo presidente americano Donald Trump.
Depois do encontro de domingo (23), autoridades dos dois lados expressaram otimismo, embora ainda não se saiba se Moscou aceitará os termos que as duas partes estão discutindo.
A mensagem positiva surge apesar das críticas contundentes que Trump fez contra Zelensky no domingo (23). Segundo o presidente americano, autoridades de Kiev "não demonstraram nenhuma gratidão" por seus esforços para encerrar a guerra com a Rússia, apesar de inúmeros exemplos em contrário.
O que as partes envolvidas estão dizendo sobre o plano?
O secretário de Estado americano Marco Rubio classificou a reunião de Genebra como a “reunião mais produtiva e significativa até agora em todo este processo”. Ele sinalizou que a frustração de Trump com o lado ucraniano havia sido amenizada e disse que o presidente está “satisfeito” com o progresso.
Os dois lados estão agora fazendo ajustes na estrutura original de 28 pontos de Trump, de acordo com Rubio.
Um “documento vivo e em constante evolução”: Rubio disse que o plano de paz do governo — cuja versão original foi criticada por ser muito favorável à Rússia — foi “construído sobre uma base de contribuições de todas as partes relevantes envolvidas”.
O secretário falou ainda que os termos estabelecidos na estrutura mudaram e evoluíram, e que “os itens que permanecem em aberto não são insuperáveis”.
Já o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky elogiou os resultados “substantivos”, dizendo em um pronunciamento em vídeo que “há sinais de que a equipe do presidente Trump está ouvindo” o seu lado. A delegação ucraniana em Genebra relatou “uma primeira sessão muito produtiva”.
Porém, Zelensky disse que “a paz precisa ser digna”. “É importante não esquecer o objetivo principal — parar a guerra da Rússia e evitar que ela volte a se inflamar. E, para alcançar isso, a paz precisa ser digna”, disse Zelensky.
“É por isso que trabalhamos tão cuidadosamente em cada ponto, em cada etapa rumo à paz. Tudo precisa funcionar do jeito certo — para que esta guerra termine de fato e para que não aconteça novamente.”
Uma comitiva de diplomatas da Alemanha, da França e do Reino Unido, apresentou uma contraproposta ao plano de Trump para Ucrânia.
Em versão inicial apresentada à Ucrânia, os EUA propuseram que o efetivo militar do país fosse limitado a 600 mil soldados. Alemães, franceses e britânicos, porém, querem um limite de 800 mil soldados ucranianos “em tempos de paz”.
Europeus também querem que negociações sobre cessão territorial comecem na atual linha de contato do conflito, ao invés de prever que determinadas partes da Ucrânia (as províncias que formam a região de Donbass, no leste do país e na fronteira com a Rússia) já sejam reconhecidas como território russo.
Prazo de Trump para resposta da Ucrânia
Marco Rubio indicou que o prazo de quinta-feira (27), originalmente estabelecido por Trump para que a Ucrânia aceitasse a proposta, é flexível.
"Seja quinta, sexta, quarta ou segunda-feira da semana seguinte, queremos que seja em breve, porque pessoas vão morrer", disse Rubio.
Fonte. https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/saiba-como-estao-as-negociacoes-do-plano-de-paz-de-trump-para-ucrania/
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