Credores do Grupo Manso aprovam plano de recuperação judicial
Empresa que atua na produção de grãos e algodão em MT tem dívidas de R$ 241,74 milhões
Os credores do Grupo Manso, que atua na produção de grãos e algodão em Mato Grosso, aprovaram por maioria, em assembleia realizada na quinta-feira (4/12), o seu plano de recuperação judicial. O processo agora depende de homologação judicial para começar a ser implementado.
O grupo, que pertence ao produtor Sidnei Manso, tem dívidas concursais de R$ 241,74 milhões. O plano segue para homologação pela 4ª Vara Cível de Sinop.
Participaram da assembleia credores que respondem por 73,8% dos créditos da classe trabalhista (classe I), 98,45% dos créditos da classe quirografária (classe II), 100% da classe de garantia real (classe III) e 99,78% da classe de micro e pequenas empresas (classe IV). Entre os presentes, votaram a favor do plano 100% das classes I e IV, 57,14% da classe III e 97,73% da classe IV.
O grupo de credores apresentou uma proposta alternativa de recuperação judicial, que prevê a criação de uma classe fomentadora - um grupo de credores que vão fomentar a reestruturação do Grupo Manso. Em troca, esse grupo não vai sofrer deságio sobre o valor da dívida. Os prazos de pagamento para esse grupo serão alongados em até seis anos para pagamento.
Ao todo, 23 credores expressaram durante a assembleia a intenção de participar do grupo de fomentadores: Agriconnection, Alvorada, Basf, CHS, Cropchem, Girassol, De Sangosse, Sipcam, Sumitomo, Origeo, Corteva, Zanoni, Albaugh, Plantar, A.W.A, Agrobaggio 1, Agrobaggio 2, Plantun, Agromave, Union Agro, Campo Rico, Emal e Fiagril.
O grupo agora deve se concentrar na implementação de medidas de ajuste para a recuperação do grupo.
O pedido de recuperação judicial do Grupo Manso foi aceito há um ano pela 4ª Vara Cível de Sinop (MT). Além das dívidas dentro do processo de R$ 241,74 milhões, o grupo também negocia dívidas extraconcursais de R$ 84,57 milhões.
O grupo cultiva uma área de 9,5 mil hectares na região de Peixoto de Azevedo, norte de Mato Grosso. Por ano, o grupo planta 9,5 mil hectares de soja na safra de verão. Na safrinha planta 3 mil hectares de algodão, 3 mil hectares de milho, 1,5 mil hectares de feijão e outras culturas.
Os problemas financeiros do grupo começaram em 2022, após perdas de safra por problemas climáticos, queda nos preços das commodities, alta nos custos das lavouras e juros elevados dos créditos bancários. O grupo também sofreu com o aumento da inadimplência de clientes.
Fonte. https://globorural.globo.com/negocios/noticia/2025/12/credores-do-grupo-manso-aprovam-plano-de-recuperacao-judicial.ghtml
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